Em Outubro de 1972, reuniu-se em Paris a conferência geral da Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura para a protecção do património mundial, Cultural e Natural.
Englobando o primeiro os outros dois, onde dos 10 critérios de para a selecção de Património mundial, 4 são a atribuídos a valores naturais, bastando, desde 2005, que apenas um dos critérios seja cumprido para que o estatuto seja atribuído.
Pelo que poderia ser esperado que cerca de 40% dos locais considerados como Património mundial seriam atribuídos devido ao seu valor natural. No entanto, mesmo considerando todos os locais de Património "Natural" da Humanidade, estes não atingem os 20 % (mesmo adicionando os locais de interesse misto, Cultural e Natural, o valor não atinge os 23%).
Algum palpite acerca da razão destas percentagens?
Independentemente do conceito e evolução do termo património em Portugal e no Mundo, este é actualmente prefixo de um vasto conjunto de elementos como Património artístico, imaterial, genético, geológico, nacional, industrial, arquitectónico, turístico, etc...
Pessoalmente reconheço a divisão que frequentemente é feita ao Património Cultural separando-o de monumentos de valor histórico, considerando assim três tipos de património, o Cultural, o Histórico e o Natural. Sendo estes então sub-divididos em tantas secções quantas a genuinidade humana pode conceber, parecendo-me me a mim que existe investimento, tanto local e como nacional de enquadrar logicamente todo a riqueza patrimonial do nosso país. Toda, excepto a riqueza natural.
Por qualquer razão, embora qualquer aldeia tenha um registo detalhado de todas as fontes, todas as igrejas, capelas e todos os outros imóveis de interesse históricos (estando os mesmos pormenorizadamente catalogados em arquivos nacionais), embora se elaborem festivais em diversas áreas culturais, se preparem exposições museológicas e artísticas, se publiquem livros, CD's e outras formas de registo de património cultural, porque é que o mesmo não ocorre com o património natural? Porque se sabe tão pouco daquilo que nos define, que nos inpira e se respira?
Vem-me à memória o caso dos Neozelandeses, que orgulhosamente se denominam por um dos membros da sua fauna endémica, o kiwi. E os Portugueses como querem ser definidos?
Os shoppings, os barragens, talvez mais justamente os cimenteiros.
Qual a percentagem de museus de índole cultural e artística em comparação com centros de interpretação da natureza?
E de Museus de Arte em comparação com Museus de História Natural?
Muito se tem falado ultimamente de ameaças à liberdade de expressão e como está a nossa liberdade de informação?
Quanto do que temos, sabemos sequer que existe?
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