quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Orgulho de Portugal vergonha de ser Português

Igrejas e fontes, dança e canto estão claramente ligadas, essa ligação temporal e geográfica é registada e evidenciada na divulgação que dela é feita, no entanto, nenhum património está tão enquadrado quanto o Natural, todos os organismo estão ligados e no entanto não poderiam ser tratados de forma mais independente. É inclusive frequente observar agentes que estudam o mesmo grupo biológico, não só não colaborarem como nem saberem que se encontram a trabalhar na mesma área quer temática quer geográfica.

Os percursos pedestres, raramente são interpretativos, e quando o são não vão além dos mamíferos e aves, estendendo-se ocasionalmente a algumas plantas, não sendo obviamente representativos da biodiversidade do local que pretendem "interpretar". Voltando à comparação com os outros tipos de património, seria como assinalar a única igreja da localidade e ignorar as várias fontes que aí existem. O que não acontece, mesmo que as fontes estejam em locais de difícil acesso e o seu valor histórico, arquitectónico e estado de preservação seja no mínimo duvidoso, estas fontes são não só assinaladas como se de alguma forma possuírem alguma peculiaridade, essa característica será conhecida e divulgada.

Eu compreendo que não seja possível, ou desejável, pôr placas a informar da existência de cada elemento especifico de interesse natural como é afixado para uma igreja ou fonte, uma vez que o seu numero é avassaladoramente maior e nem que não seja pela clara diferença de mobilidade entre as duas entidades, mas eu acharia interessante se em comparação com as placas que me explicam a história de uma igreja e o ano da sua edificação, possível autor etc... houvesse uma placa que me informasse, por exemplo, que a Serra da Gardunha deve o seu nome á Martes foina, cujo nome comum na zona é gardunha. Informação que até é mais cultural que natural, mas que nunca encontrei na referida Serra.


Informação, que se poderia argumentar, é pouco interessante, mas e o que dizer das descrições de obras e reconstruções em edifícios de interesse histórico. O grau de informação transmitida foi claramente ponderado na sua escrita e acredito que um grande esforço foi feito na sua elaboração e que muito se omitiu. Eu poderia argumentar que não o acho interessante, mas ninguém me obriga a lê-lo, ao existir dá-me a liberdade de escolha, será que tenho a mesma liberdade no património natural?

Onde está o orgulho por aquilo que é unicamente nosso?
Será que nos é dada verdadeira liberdade de conhecer-mos o nosso património?

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